Dada a importância da deteção e intervenção precoce nestas crianças, tem havido nas últimas décadas uma crescente preocupação com a saúde mental nesta faixa etária. São reportadas na literatura como sendo frequentes as perturbações do sono, alimentação, regulação emocional, processamento sensorial e de comportamento, com taxas de prevalência que atingem 10 a 20% das crianças tenham um ou mais problemas de saúde mental, sendo destes 25% nos problemas alimentares e 23% nos problemas de sono moderados. A maioria destes problemas têm impacto no desenvolvimento da criança, tornando-as também mais vulneráveis a vir a sofrer de doenças mentais na adolescência ou vida adulta.
Nesta faixa etária, as crianças não possuem as mesmas competências cognitivas, emocionais, e verbais que as crianças mais crescidas ou os adolescentes, pelo que a família é um alicerce fundamental para o diagnóstico e posterior tratamento. Também as abordagens são diferentes das utilizadas em crianças mais velhas, sendo frequentemente necessário a observação da interação cuidador-bebé, a sua separação e a posterior reunião ou mesmo a observação direta na creche ou em momentos chave do problema, como por exemplo, uma refeição.
Nos dias de hoje, os pais passam os dias a correr, têm cada vez dias mais longos de trabalho e menos tempo para a família. Chegar cansado, sem ter uma noite seguida de sono há meses, e cuidar de um bebé/criança com algum problema, inevitavelmente aumenta os níveis de ansiedade dos adultos que moram em casa, o que se transmite, involuntariamente, para os mais pequenos, aumentando por sua vez os problemas iniciais das crianças, criando um ciclo fechado, que precisa de ser interrompido.
As perturbações de saúde mental da primeira infância são mais comuns do que se imagina, sendo por isso frequente a desvalorização dos problemas e atraso na procura de ajuda. Embora algumas das perturbações (como PHDA, Autismo, entre outras) não apresentem tratamento curativo, é sempre possível melhorar a qualidade de vida dos mesmos e da família com uma intervenção adequada, o mais precocemente possível. Segundo a Associação Americana de Psiquiatria da Infância e da Adolescência (AACAP) uma em cada cinco crianças apresenta evidência de problemas mentais e esta proporção tende a aumentar. De entre as crianças que apresentam perturbações psiquiátricas apenas 1/5 recebe tratamento apropriado. Ddo que a doença mental não tratada na infância tem sérias consequências na vida enquanto adolescente e mais tarde enquanto adulto, condicionando a saúde física e mental e limitando oportunidades de vida.
]]>As Perturbações de humor, mais conhecidas por depressões, são geralmente associadas a indivíduos adolescentes ou adultos. E será que as crianças podem sofrer de depressão? Será que os sintomas são os mesmos que se manifestam nos adultos? Como detetar a perturbação e qual o tratamento a seguir? Neste artigo vamos responder a estas e outras perguntas.
O “mal do século XXI”, nas palavras da Organização Mundial de Saúde, afeta também os mais novos. A depressão infantil é uma realidade e sintomas como a apatia, isolamento, tristeza, alterações do sono e do apetite, diminuição do rendimento escolar, entre outros, não devem ser descurados — mesmo na fase pré-escolar, aos três ou quatro anos. Não há uma idade mínima para chegar ao diagnóstico.
Estudos recentes apontam para que a depressão infantil seja mais frequente do que inicialmente se pensava: cerca de5% das crianças e adolescentes possuem um grau significativo de depressão. De acordo com a última versão do Manual de Diagnóstico e Estatística das Doenças Mentais (DSM-5), da Associação Americana de Psiquiatria, a depressão tem uma prevalência de 2 a 5% entre crianças e adolescentes.
A depressão infantil é uma perturbação psicológica associada a algum aspeto de comprometimento da personalidade da criança, tal como baixa autoestima e autoconfiança. Os principais comportamentos da criança com depressão infantil são:

Estão também associados sintomas somáticos como enurese/encoprese, dores de barriga e diarreia, dores de cabeça, vómitos, além de condutas socialmente menos adequadas. No entanto, há que referir que os sintomas da depressão na infância variam de acordo com a idade.
Até os 7 anos, as crianças, não apresentam competências verbais para expressar os seus sentimentos, desta forma, o diagnóstico de sintomas depressivos torna-se mais difícil nesta faixa etária. Assim, é necessário ter em especial atenção a comunicação não-verbal, a expressão facial, os desenhos e a postura corporal da criança. Deste modo, pais, educadores e professores devem estar atentos aos comportamentos da criança, sendo o baixo rendimento escolar um dos primeiros sinais do surgimento de um possível quadro depressivo. Os pais poderão identificar problemas no repertório comportamental da criança, variando desde extrema irritabilidade à obediência excessiva, ocorrendo ainda uma instabilidade significativa em relação a esses comportamentos.
Quanto mais problemas de comportamento a criança apresentar, maior será a probabilidade de um desenvolvimento atípico, visto que a depressão interfere nas atividades associadas à cognição e à emoção. A deteção precoce de sintomas depressivos em crianças evita que venham a desenvolver quadros graves, com prejuízos no convívio social e no ambiente escolar e familiar.
A depressão infantil pode surgir na sequência de uma situação traumática ou um acontecimento sentido pela criança como traumático, como por exemplo uma separação, abandono, doença ou morte de alguém próximo, uma mudança de escola, são apenas alguns exemplos. No entanto por norma há uma situação, ou várias, que se relacionam.
Nem sempre existe um acontecimento único identificável, a causa da depressão infantil pode ser multifatorial. Alguns estudos sugerem que a genética possa ter alguma influência na propensão para o seu desenvolvimento. As crianças nascem com um património genético, mas depois estabelecem relações numa família, na escola e pode ou não experienciar acontecimentos de vida traumáticos. Para o desenvolvimento de um quadro depressivo, o meio ambiente é, por esse motivo, determinante. Um historial familiar depressivo pode, ser um sinal de alarme, pela importância dos aspetos relacionais e por poder significar uma situação vivida como negativa pela criança.
As crianças têm maior dificuldade em exprimir verbalmente o que sentem e não existem sintomas exclusivos da depressão infantil, pelo que muitas vezes, não é fácil chegar ao diagnóstico. Pelo que no início, ocorre muitas vezes a incompreensão do que se está a passar com a criança, por parte dos pais e dos professores, não têm a clara perceção do problema, daí a extrema importância da procura de ajuda profissional.
Além da observação e avaliação dos sintomas verificados, atendendo à sua duração, frequência e intensidade, é importante ouvir os pais e outros cuidadores, perceber se a criança teve alguma experiência vivida como traumática e se em causa estão problemas relacionais, entre outros.
Na maioria dos casos é necessário pedir exames complementares de diagnóstico, nomeadamente os testes psicológicos para despiste de outras patologias, como por exemplo problemas de desenvolvimento, perturbações de comportamento, entre muitas outras.
De uma forma geral, os pais, familiares e professores devem estar atentos aos sintomas mencionados, uma vez que, as consequências da depressão infantil são principalmente ao nível do desenvolvimento cognitivo e emocional, iniciar devendo iniciar-se um tratamento precoce, evitando, dessa forma, maiores prejuízos.
O recurso a antidepressivos, estabilizadores de humor ou outros psicofármacos no tratamento da depressão infantil continua a ser alvo de muita discussão e é uma questão controversa. Na minha opinião, a psicoterapia individual deve ser o tratamento de eleição, não excluindo também a intervenção com a família e, se necessário, com a escola ou outras pessoas e/ou entidades que rodeiam a criança.
O que não quer dizer que, em situações mais graves, não se recorra a medicação para alívio dos sintomas. A abordagem psicoterapêutica individual tem uma duração variável, consoante a severidade da situação, mas implica um acompanhamento regular que pode variar entre meses a anos.
Dai ser importante a ajuda profissional de um psicólogo, que poderá ajudar a criança a superar as suas dificuldades psicológicas, emocionais e sociais.
]]>A Perturbação do Espetro do Autismo é um Síndrome neuro-comportamental com origem em perturbações do sistema nervoso central que afetam o normal desenvolvimento da criança/jovem.
Os sinais e sintomas aparecem nos primeiros três anos de vida e incluem três grandes domínios: social, comportamental e comunicacional.
Revela-se de extrema importância o seu diagnóstico precoce e consequentemente o início da intervenção, aumentando as probabilidades de autonomia e potenciação do desenvolvimento da criança.
E porque é ambição da APAC garantir uma resposta cada vez mais individualizada e especializada à comunidade foi criada recentemente a Consulta de Avaliação Especializada do Autismo – Dr. Luís Borges, destinada à avaliação, diagnóstico diferencial e definição de uma intervenção que contemple as várias dimensões de vida da criança/jovem, contribuindo igualmente para novas abordagens terapêuticas na intervenção. Para isso, conta com uma equipa multidisciplinar composta pelo médico neuropediatra, psicóloga, terapeuta da fala, terapeuta ocupacional e técnico de psicomotricidade.
Por:

A saúde mental da nossa população está a piorar: as consultas aumentam em alguns hospitais, noutros a gravidade dos casos acentua-se. As crises de ansiedade, cansaço psicológico, isolamento, depressão, anorexia, entre outros, são definitivamente um grande motivo de preocupação entre os especialistas de saúde mental (psicólogos, psiquiatras e pedopsiquiatras). As tentativas de suicídio e de perturbações de comportamento alimentar que chegaram à urgência, durante a pandemia, foram “mais graves” e o impacto psicológico dos portugueses é agora a ponta do iceberg, pois temos cada vez mais certezas de que a pandemia e o confinamento tiveram um impacto negativo na saúde mental da sociedade, mas o pior ainda poderá estar para vir.
Ainda não chegamos ao fim de uma pandemia e passamos novamente a viver sob uma nova imprevisibilidade e insegurança pondo à prova a nossa capacidade de resiliência – A GUERRA.
A guerra por si só é uma experiência potencialmente traumática. Embora não façamos diretamente parte desta guerra, não deixamos de estar envolvidos e de sofrer as consequências, porque este não é um problema somente da Ucrânia e da Rússia, mas sim uma situação que provoca incerteza e que exigirá o envolvimento mundial, dada a crise económica e social que se irá, dentro de pouco, instalar-se mundialmente.
Viver em tempo de guerra não representa apenas a destruição das infraestruturas, perda de vidas e ferimentos. Tem um impacto traumático e de revolta que gera um sentimento de desmoralização e desânimo, obviamente sobretudo nas vítimas diretas, mas a verdade é que nós, as vítimas secundárias, não sairemos ilesas.
Hoje vivemos sob tensão vemos pessoas a precisarem de ajuda e os meios de comunicação estão sempre a mostrar imagens de devastação. Provocando em nós uma exposição contínua à incerteza e a uma extrema ausência de controlo face à situação, provocando-nos sentimentos de desespero, inutilidade, incapacidade e, consequentemente, um maior stress e ansiedade.
Contudo sentir-se ansioso não fará de nós mais fracos. No entanto, é extremamente importante tentar controlar a ansiedade, procurar formas de ajudar-nos, moderar a nossa exposição ao que ouvimos e vemos nos meios de comunicação e principalmente procurar ajuda quando acharmos que não conseguimos mais controlar sozinhos.
Desta forma alerto, nomeadamente aos adultos e pais que “protejam” as nossas crianças, pois não se encontram com maturidade emocional suficiente para lidar com tanta insegurança e medo. É importante que estejam atentos ao impacto emocional que esta situação possa causar nos seus filhos, mostrando-se tranquilos e ajudando a criança a perceber o que se passa e, ao mesmo tempo, a manter o seu sentido de segurança.
Caso considere que a situação está intensificada e não tem controlo, procure ajuda especializada (Psicologia, Psiquiatria, Pedopsiquiatria) de forma a diminuir o impacto traumático desta situação avassaladora que estamos a viver.
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Quantas vezes sentes que o mundo ao teu redor está o caos? Quantas vezes não suportas o ruido que está à tua volta? Quantas vezes sentes que não te enquadras no local onde estás?
A forma como vivemos e sentimos surge primeiramente dentro de nós, só depois será manifestado externamente.
O que está a acontecer dentro de ti, reflete-se no teu mundo exterior. Talvez possa ser difícil de compreender, porém a revelação do nosso ser interior é manifestada e colocada mesmo à nossa frente, através de experiências e momentos externos, reveladores de nós próprios.

Observa o que se passa à tua volta e compreenderás o que se passa dentro de ti.
Precisamos urgentemente de encontrar o caminho, aquele caminho que faz olhar para dentro de nós. Para isso é preciso deixarmos as distrações de lado e começar a dar atenção plena aos nossos pensamentos e emoções e essencialmente sermos verdadeiros connosco próprios, compreendendo que o único caminho é aceitarmos que também falhamos, não somos perfeitos, mas que estamos sempre a tempo de mudar.
Seguir a voz do coração, que muitos poderão chamar de intuição, para entrarmos em verdadeira sintonia connosco, este GPS interno que todos temos e pouco ou nenhuma importância lhe damos. É muito mais confortável continuarmos dentro da nossa bolha de conforto, mesmo continuando insatisfeitos e infelizes com a vida que levamos, continuamos e disfarçamos o que sentimos com as distrações que a vida nos proporciona. Distrações como nos focarmos no que está fora de nós, o que os nossos olhos vêm.
Vou-vos contar uma pequena história de uma cliente que eu acompanhei. Na primeira sessão mencionou que a sua vida estava o caos, caos no trabalho, em casa, caos dentro dela mesma, parecia que nada na sua vida estava a funcionar.
Eu questionei, se tens o caos dentro de ti, como achas que vai estar o mundo à tua volta? É importante descobrires qual o estado desejado, para assim entenderes o que precisas de mudar para obteres o que queres, pois já tens as respostas todas dentro de ti. Algo dentro dela se acendeu e compreendeu que tudo estava dentro dela e que a mudança teria de começar primeiro dentro dela.
Toda a sua energia estava concentrada na insatisfação, ao invés de encontrar um caminho para a saída
Enquanto continuarmos a direcionar a nossa visão apenas para o mundo exterior, iremos continuar insatisfeitos e depositamos toda a responsabilidade nos outros.
Afinal o que é o mundo interior?
Mundo interior é o mundo que só nós somos capazes de ver quem somos, sentimos e acreditamos. Ter consciência de quem somos, entender o que sentimos, levar-nos-á a aceder ao nosso software interno que possui todas as informações que nós já temos desde sempre, sobre a nossa verdadeira essência.
Volta a atenção para ti mesma e sê honesta com o teu sentir, analisa as tuas atitudes, os teus pensamentos e coloca-os em ordem, com uma boa dose de positivismo, começa a vibrar nas emoções certas e verás o mundo ao teu redor começar a mudar e no final de contas, não foi o mundo que mudou, foste tu.

Especialista em Perfis Comportamentais, Enfermeira & Terapeuta em Saúde Integrativa Sistémica
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Nos tempos difíceis que decorrem senti um apelo interno em colocar no papel o que vai na minha alma. Escrevo-vos para preencher alguém em algum lugar.
Desejo que a paz toque em cada pessoa na terra e que seja promovida uma purificação interna, de quem a ignorância despoleta conflitos internos como raiva, orgulho, egocentrismo e sede de poder.
Muitos são os momentos em que já assistimos a episódios de confronto, com extrema convicção parecer ser o dono da verdade.
Quem é o dono da verdade?
Temos de olhar para tudo o que está à nossa volta, não podemos olhar somente para a nossa verdade. Tal como não podemos olhar apenas para o mundo sombrio, em que só vemos a sombra, também não podemos olhar meramente para o mundo luminoso, porque aí não teremos o equilíbrio e a nossa visão será muito limitada. Temos de ser capazes de ver os dois lados do mundo, o sofrimento e a dor, como também o que é encantador e maravilhoso.
“A paz começa no nosso coração e na nossa mente e ao vibrarmos nessa energia, transbordaremos para o que está à nossa volta”.
Imagina alguém que vem ter contigo cheio de raiva e provoca uma discussão. Se responderes do mesmo modo, qual achas que vai ser o resultado?
Respira fundo e interage com paz e harmonia e verás o resultado acontecer. Resultado esse que partiu da tua atitude de manter a tranquilidade.
“Trabalha todos os dias a paz de espírito dentro de ti, assim estarás a contribuir para um bem maior, mais paz no mundo”.

Especialista em Perfis Comportamentais, Enfermeira & Terapeuta em Saúde Integrativa Sistémica
]]>No entanto é importante salientar que o suicídio não deve ser avaliado como sendo o desejo de morrer, ma sim de acabar com tudo aquilo que está a provocar um sofrimento intenso que parece não ter solução.
Atualmente, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o suicídio é um problema de saúde pública a nível mundial, sendo responsável por 1 morte a cada 40 segundos no mundo, dado que se trata de um fenómeno complexo e multifacetado que resulta da interação de fatores de natureza filosófica, antropológica, psicológica, biológica e social.
Segundo a Direção Geral de Saúde na nossa população a maior prevalência do comportamento suicida encontra-se entre a idade adulta e a adolescência. Contudo nos últimos anos tem sido visível um aumento significativo deste comportamento em faixas etárias mais baixas, inclusive, com suicídios a partir dos 5 anos de idade.
Entre 2002 a 2012 houve um aumento de 40% na taxa de suicídio entre crianças e adolescentes (10 e 14 anos) e de 33,5% na faixa etária de 15 a 19 anos, no entanto com a situação pandémica foi visível novamente um aumento substancial nestes valores. Estes dados são a nossa maior preocupação enquanto profissionais de saúde mental e nos levam a questionar o que faz uma criança ou adolescente pensar ou acabar com a própria vida?
O suicídio é a segunda causa de morte entre as crianças e os adolescentes, como resultado da presença de perturbação mental, muitas vezes desconhecidas e/ou desvalorizadas. Por norma as crianças com risco de suicídio poderão apresentar-se: deprimidas ou ansiosas, apáticas e sem energia para atividades que anteriormente seriam prazerosas, alteração súbita de comportamentos, conversas sobre assuntos relacionados com a morte. Pelo que é extremamente importante começar-se a estar alerta e dar a devida atenção e acompanhamento à saúde mental desde os primeiros anos de vida.
Fatores de risco
A ideação suicida nem sempre termina em suicídio consumado, mas é um fator de risco para o mesmo e são diversos os fatores que normalmente interagem antes de a ideação se tornar comportamento suicida. Tais como:
• Morte de um ente querido
• Suicídio na escola ou entre pares
• Perda de um(a) namorado(a)
• Mudança de um ambiente familiar (como da escola ou da vizinhança) ou de amigos
• Humilhação por familiares ou amigos
• Situações de bullying
• Insucesso na escola
Tais acontecimentos stressantes por si só não levam a que as crianças e adolescentes tenham este tipo de comportamentos, contudo quando existem problemas subjacentes, mesmo não sendo justificativo é mais provável que aconteça, como perturbação de humor ou ansiedade, perturbação de controlo ou comportamento, abuso de substâncias, esquizofrenia, traumatismo craniano, PSPT, entre outros.
Um outro lado preocupante para os Psicólogos é que o comportamento suicida nas crianças acontece muitas vezes como sendo imitação de outros, como no caso de celebridades e as informações expostas pelos midia e redes sociais. Da mesma forma acontece quando episódios idênticos acontecem nas escolas e/ou com os seus pares.
Bem como a sua componente hereditária, em que o suicídio é mais provável em famílias com predisposição para as perturbações de humor, especialmente caso haja um histórico familiar de suicídio ou outros comportamentos violentos.
Diagnóstico
Pais, médicos, professores e amigos podem estar numa posição que lhes permita identificar as crianças que podem tentar o suicídio, em particular aquelas que tiveram uma recente mudança de comportamento. As crianças e adolescentes que exprimem abertamente pensamentos de suicídio (como “quem me dera nunca ter nascido” ou “gostaria de dormir e nunca mais acordar”) estão sob risco, tal como as crianças com sinais mais sutis, como retraimento social, retrocesso escolar, perda de prazer em atividades do dia-a-dia anteriormente prazerosas.
Nestes casos os profissionais de saúde têm duas funções principais:
• Avaliar a segurança e a necessidade de hospitalização da criança suicida
• Intervir nas perturbações subjacentes, como a depressão, ansiedades, problemas familiares, abuso de substâncias, entre outros.
Apoio médico é essencial. O encaminhamento da criança ou adolescente com tendências suicidas a profissionais qualificados como pediatras, psicólogos e psiquiatras pode salvar uma vida!
Tratamento
Qualquer tipo de tentativa de suicídio deve valorizada e mobilizando todos os recursos para a situação, porque um terço das crianças com comportamentos suicidas acabam por consumar o ato. Por norma começa por alguns pequenos ferimentos, como alguns arranhões superficiais no pulso, mas com o passar do tempo estes atos tornam-se cada vez mais intensos e autolesivos.
O tratamento pode envolver hospitalização caso o risco seja elevado, farmacoterapia e terapia individual e familiar.
A decisão de hospitalização depende do grau de risco, dado que é o modo mais garantido de proteger a criança e é geralmente indicada quando existe algum diagnóstico de perturbação mais severa, como a depressão. Em casos de a hospitalização não ser necessária, as famílias das crianças deverão ser apoiadas de forma a eliminarem todos os fatores de risco que a criança e adolescente possam ter para manterem os comportamentos suicidas. No caso da criança e/ou adolescente deverá ser encaminhado para psiquiatria e psicologia para devido tratamento, farmacológico e psicoterapêutico.
O tratamento é mais eficaz e eficiente quando existe a envolvência de toda a equipa médica (médico de família/ pediatra, psiquiatra e psicólogo).
Dicas para familiares
Sinais possíveis de ideação suicida em crianças e adolescentes:
• Humor deprimido
• Diminuição do rendimento escolar
• Aumento do isolamento social
• Perda de interesse em atividades anteriormente prazerosas
• Mudança na aparência (negligência ou desleixo nos cuidados pessoais)
• Aumento do interesse em temas relacionados à morte
• Aumento da irritabilidade, crises impulsividade e agressividade
• Alterações no comportamento
• Uso de álcool ou drogas
• Mudança no padrão do sono e/ou apetite
• Uso de expressões verbais “auto-destrutivas” – “Queria morrer”
Por: Drª Marisa Marques
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É crucial não deixarmos de nos cuidar física e psicologicamente e arranjarmos estratégias para manter a mente sã.
Nos tempos que atravessamos, sabemos que temos de nos proteger do vírus que é bastante contagioso, que precisamos de estar afastados para não o propagarmos, que temos de lavar as mãos, para não o espalhar através do toque ou das nossas mucosas, mas também temos de prestar atenção ao nosso stress, mental e emocional, como a ansiedade, depressão, pânico…tudo o que envolve a nossa saúde mental e emocional.

“A nossa higiene mental é tão importante como lavar as nossas mãos, temos de desinfetar os nossos pensamentos”.
Dr. Daniel Amen, psiquiatra
Os pensamentos negativos automáticos, atacam-nos de várias perspetivas diferentes e deixar que não nos dominem é uma capacidade que exige trabalho constante. Tal como temos de comer melhor ao longo do tempo para sermos saudáveis, não pode ser só uma vez, o mesmo acontece com a nossa higiene mental.
Temos de ter atenção ao que dizemos a nós mesmos, manter um bom diálogo interno, advém da forma como reagimos à realidade, da forma como percecionamos o que se passa à nossa volta.
Os pensamentos mentem muito, não temos de acreditar em cada pensamento que temos. E são, normalmente os pensamentos em que acreditamos que nos conduzem à ansiedade, ao medo e até ao pânico.
“As pessoas que têm uma linguagem catastrófica, um diálogo interno muito depreciativo consigo mesmo, terão um enorme impacto a nível fisiológico”.
O nosso corpo responde a cada pensamento que temos. Um pensamento ansioso, preocupado, zangado, raivoso, assustado e até de ódio, fará com que nos sintamos doentes, afetando o nosso sistema imunitário.
O impacto do stress no nosso sistema imunitário é muito significativo, torna-nos mais vulneráveis a ficarmos doentes. Contudo alguma ansiedade é benéfica para fazermos o que é certo. Porém o stress crónico danifica o cérebro. Para compreenderem um pouco melhor do que vos falo, o stress danifica uma área do cérebro chamada de hipocampo, envolvido na memória e disposição. Segundo o Dr. Daniel Amen, diariamente criamos 700 novas células no hipocampo, mas temos a função de as proteger e fazemo-lo a dormir. Por isso, a melhor forma de ter um sistema imunitário saudável é desligar a TV e os dispositivos eletrónicos e fazer algo relaxante à noite.

Como manter uma mente sã?
Biologicamente, temos de cuidar do nosso cérebro.
Psicologicamente, não acreditar em todos os pensamentos que temos.
Socialmente, ver com quem estamos ligados, outras pessoas seguirão o nosso exemplo.
Espiritualmente, porque estamos neste planeta? Qual é o nosso sentido mais profundo de significado e propósito?
Sabias que ajudar outras pessoas, fortalece o nosso sistema imunitário? Porque quando saímos da nossa “cabeça”, as coisas tornam-se menos difíceis.
“Precisamos de ter hábitos certos”.
Foca-te em ter um pensamento “limpo”, quando o nosso cérebro está bom, a nossa mente segue-o. Treina o teu cérebro para o que está bem, em vez, de o treinar só para o que está errado.
Todos os dias ao acordar dizer” Hoje, vai ser um bom dia”, porquê? Porque o meu cérebro vai descobrir o porquê de hoje ser um bom dia.
Antes de ires para a cama à noite, dizer “o que correu bem hoje? e é incrível o encontro com tantas coisas boas que correram bem, tudo porque procuraste o que correu bem, em vez, de estares focado no que correu mal.
Tem um bom dia!!!

Especialista em Perfis Comportamentais, Enfermeira & Terapeuta em Saúde Integrativa Sistémica
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Atualmente é complexo atribuir uma definição de família. Mas independentemente da composição, sabe-se que a família é um lugar exclusivo, que representa a intimidade, um lugar repleto de felicidade e amor. A família é mesmo isso: é a nossa fonte de abrigo, é saber que está sempre alguém à nossa espera em casa, com quem se possa partilhar as experiências e vivências do dia-a-dia. Pesa embora, que por vezes estas relações sofrem alguma agitação e confusão. Pelo que nem sempre é possível encontrar esse lugar seguro quando se fala de famílias pautadas pelo desequilíbrio e tensão
Toda relação humana é complexa. Mas mesmo sendo complexa a interação familiar, é de salientar que a importância da família na sociedade é expressiva, principalmente na infância, onde a família é a base de tudo. Boas experiências afetivas na infância têm influência positiva no desenvolvimento que se reflete na fase adulta.
Os primeiros anos de vida são importantes porque o que ocorre na primeira infância faz diferença por toda a vida.
A família é vista como o primeiro espaço psicossocial, modelo das relações a serem estabelecidas com o mundo que permite o desenvolvimento da personalidade de cada ser humano. É através das primeiras experiências sociais e de construção de vínculos que a criança desenvolve os seus valores e personalidade, além de serem a base do seu desenvolvimento psicológico e emocional.
São inúmeros os estudos que têm mostrado que investimentos na primeira infância têm retorno bastante positivo para as crianças e para a sociedade como um todo (Jack P. Shonkoff e Julius B. Richmond, 2009; Britto, Yoshikawa and Boller 2011; Center on the Developing Child, Harvard University 2013; OMS e UNICEF, 2018). Em que crianças que não experienciaram exemplos positivos e valores, como por exemplo suporte, carinho, dedicação, esforço e disciplina, podem desenvolver traumas que, se não tratados, têm grandes probabilidades de evoluírem para perturbações psicológicas mais preocupantes, como depressão, ansiedade, ataques de pânico ou outros perturbações graves.

Desde a gravidez e ao longo da primeira infância, todos os ambientes em que a criança vive e se desenvolve, assim como a qualidade dos seus relacionamentos com adultos e cuidadores, têm impacto significativo no seu desenvolvimento físico e cognitivo.
Neste sentido, a família, se for “saudável”, constitui numa fonte de ajuda ativa. Um grupo familiar bem organizado e estável, em que se verifique um sistema de autoridade claro e aceitável, uma comunicação aberta baseada em controlo e apoio, torna-se fundamental no bom desenvolvimento de crianças mentalmente saudáveis, assertivas, autónomas e seguras de si.
Quando a família não é “saudável”, os padrões de autoridade modificam-se, sendo a comunicação e a distribuição de papéis funcionais deteriorados, o que dificulta o controlo dos sentimentos negativos, levando ao aumento da angústia, hostilidade e violência. Por vezes, a falta de respeito dos diversos elementos da família, como a intolerância, a agressividade, o desinteresse ou a superproteção, marcam a personalidade do indivíduo.
Porém, além da angústia provocada pela doença misteriosa e devastadora – Covid-19, as medidas de distanciamento social adotadas para diminuir o número de mortes, trouxeram uma série de desafios para as famílias e primeira infância: criação de laços familiares tóxicos, dependência e proteção excessiva, tornando os ambientes familiares pautados pela ansiedade e instabilidade. Pelo que, nos dias de hoje, mais que nunca, torna-se imprescindível ter em atenção que as famílias e as crianças submetidas a fatores de stress tóxico ou relações familiares tóxicas, necessitam de intervenções especializadas, o mais cedo possível, para romper com a causa do stress e protegê-las das consequências.
O valor de uma família saudável é imensurável, pois é a base para que o indivíduo construa a sua inteligência emocional, valores, atitudes e bons exemplos.
| Se a sua família, as suas crianças e/ou você sentem-se afetados pelo impacto do covid, se sentem que a sua família está instável e/ou desajustada, procure ajuda. A Psicologia trabalha a família focando-se nas emoções, pensamentos e comportamentos do contexto familiar. Assim a Terapia Familiar é importante em casos de conflitos, traumas ou mesmo a necessidade e interesse de se aproximar, reaproximar e conviver bem com os membros desse grupo social. |
Foto: pexels
]]>Em comunicado, o Município de Barcelos informa que a Direcção-Geral da Saúde (DGS) decidiu alargar a possibilidade de vacinação nas Farmácias também a pessoas com 60 ou mais anos.
Desta forma, desde ontem, todas as pessoas com 60 ou mais anos podem dirigir-se às farmácias aderentes do Município, sem necessidade de prescrição médica, para que lhes seja administrada gratuitamente a vacina contra a gripe.
Pode vacinar-se numa destas farmácias:
Farmácia A Minha Farmácia
Farmácia Avenida
Farmácia Carapeços
Farmácia Carvalho Serra
Farmácia Central
Farmácia Confiança
Farmácia Cunha
Farmácia da Isabelinha
Farmácia de Arcozelo
Farmácia de Barcelinhos
Farmácia de Vila Cova
Farmácia de Vila Seca
Farmácia Dias Felix
Farmácia do Cruzeiro
Farmácia Filipe
Farmácia Lamela
Farmácia Macieira
Farmácia Martins
Farmácia Moderna
Farmácia Oliveira
Farmácia Passos Carneiro
Farmácia Perelhal
Farmácia Pinto Coelho
Farmácia Rosmaninho
Farmácia Vale Santos
Foto: @stevencornfield
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